Vanessa Castro, esposa do professor de educação física, Cássio Eduardo Santos, de 29 anos, assassinado na Vila Eduardo, zona leste de Petrolina, na noite do último sábado (5), usou as redes sociais para fazer um desabafo. Na publicação, ela relata o momento em que viu seu companheiro baleado, e depois a notícia do seu falecimento, já no hospital. Vanessa conta que eles tinham plano de ter filhos e diz que “não sabe o que será da sua vida“.
Acompanhem:
Tiraram você de mim cedo, meu amor. A vida nos separou nesta terra de uma maneira muito cruel, que eu nunca imaginei que aconteceria. Se eu soubesse, teria ido com você ou te impedido. Jamais irei esquecer aqueles seus gritos daqui de casa e eu, desesperada, pensando que era algum vizinho. Meu corpo gelou quando olhei pra casa de sua mãe e vi várias pessoas já em cima de você, eu não queria acreditar que ali naquele chão era você. Não pensei em outra coisa a não ser correr pra tentar te ajudar.
Tentamos te salvar, neguinho, tentamos fazer o que estava ao nosso alcance, que foi te levar para o hospital. Seus últimos momentos, ali no banco do carro, nos meus braços e de Geane, foi duro, difícil imaginar ou acreditar que você estava partindo e eu te perdendo ali, naquele momento, sem acreditar, quando, de repente, seu olho esquerdo desceu as lágrimas como se dissesse “não aguento mais, neguinha”.
Aquela imagem sua nunca vai sair da minha cabeça. O quê será de mim sem você?!? E os nossos planos?!? A dor tá tremenda, só eu e Deus sabemos. Estou tentando ser forte como você me ensinou, mas tá muito difícil viver sem você. E agora, como vamos fazer nossos pretinhos ou pretinhas, como dizia você? Falava que queria tanto uma pretinha dos olhinhos puxados – como o meu, com o seu sorriso e dos cabelos cacheados.
O quê será de mim, da minha vida, se em todos meus planos vocês está incluído? Meu mundo não será mais o mesmo sem você ao meu lado. O mundo ficou sem graça, sem vida, preto e branco sem você aqui, meu príncipe. Você que me proporcionou os meus melhores momentos, foi você que me ensinou o que sou hoje como atleta e esposa.
Como será sem os seus carinhos, amor, seus cuidados, sem aquele lindo sorriso branco, cor de leite, que contagiava qualquer um? E agora, quem vai mandar mensagens e vídeos dizendo que me ama? Cantando pra mim e perguntando “e aí, neguinha, seu marido canta bem, né?!?”. Quem vai puxar minha orelha ou brigar comigo com aquele jeito marrento de ser?!? Quem vai brincar, me segurando e apertando, mandando eu pedir arrego e eu dizendo que não pedia, até você se cansar e soltar, e ficar com raiva e depois olhar e dizer: “Oh bichinha ruim… morrendo, mas não pede arrego”.
Informações Blog do Carlos Britto
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